terça-feira, 28 de setembro de 2010

E para vocês, onde está a paz?

Onde encontramos a paz? Hamilton Serpa
Está na busca que nos consome ou naquilo que não mais se busca?
Está na casa pequena e já quitada ou na maior que queres endividada?
Está na morada que te é um lar ou naquela que não tens lugar?
Está na insegurança de um ganho ou no emprego que não preenche?
Está no salário de todo sempre ou na função que te consome?
Está no sossego que te acalma ou na adrenalina que escraviza?
Está na paixão que inquieta ou no amor que só liberta?
Está na palavra que só engana ou nos dizeres que nos agiganta?
Está naquilo que já possuímos ou naquilo que não podemos?
Está na água pura que nos sacia ou na bebida que nos engana?
Esta na chuva que nos refresca ou em brios que nos esquenta?
Está aqui neste atual momento ou em outros que não sabemos?
Está aqui nos atuais pensamentos ou nos que ficaram já faz tempo?
Está no aperto da boa mão ou na mão que não se quer?
Está na mente que escraviza ou no bom ombro que auxilia?
Está no auxilio de boa fé ou na ajuda que não se dá?
Está no "trovaozão" que assusta ou no raio lindo que elimina?
Está na cascata que se esvai ou na “cascata” que se conta?
Está no riacho que corre solto ou no homem que é só absorto?
Está nas correntes que protege ou nas amarras que nos prende?
Está na grama toda verde ou no cinza que desalenta?
Está no ar puro que se respira ou naquilo que impuro o deixa?
Está na violência que se alimenta ou na harmonia que não se cria?
Está na cela que só amedronta ou na mente que se acorrenta?
Está nas recepções sempre alegre ou nas despedidas imperativas?
Está na amizade que satisfaz ou na sua falta que nos faz?
Está no bom arroz com feijão ou na panela que amor não tem?
Está no querer inventar a roda ou viver no simples e ser feliz?
Está no muro que não protege ou no muro que nos esconde?
Está no poço que não se faz ou na água que não se tem?
Está na esperança que é em vão ou em fincar firmes os pés no chão?
Está em um baú que não se abre ou no mistério que lá se encontra?
Está no sapato que nos aperta ou na sandália que é modesta?
Está no orvalho que tudo molha ou nas goteiras que só incomoda?
Está no ônibus que aproxima ou no avião que nos afasta?
Está no caminho sem volta ou na volta que já é tarde?
Está na frustração da não ida ou na ida que nos faz tristes?
Está na realização de um sonho ou na abnegação de se abrir mão?
Está na frustração que nos ensina ou na realização que nos esvazia?
Está no vizinho que é solidário ou naquele que é refratário?
Está no bairro que nos envolve ou naquele que só nos cerca?
Está na alegria que é matutina ou nas depressões de fim de dia?
Onde está a paz tão almejada?
Não é na alma que nos carrega?


Quando vi esta foto hoje, imersa na"atucanação" da semana pré-férias onde tudo precisa ser resolvido, lembrei do ar gelado deste dia, do cheiro do pasto, do calor do sol, do silêncio do vento, e principalmente do que minha colega falou quando estávamos lá: "esse lugar dá uma paz...". Na hora não dei o devido valor, pois estava preocupada em voltar para o trabalho para resolver problemas! Agora vejo que eu perdi um momento de paz, por simplesmente não estar aberta a usufruí-lo. Às vezes gastamos tempo e energia para resolver as pendência do cotidiano, para então ter merecidos momentos de paz, mas não nos damos conta que a paz existe constantemente ao nosso redor... Só é preciso ter sensibilidade para percebê-la.
Por isso sigo em busca do caminho do meio...
Tentando levar a vida sem pressa.
Quem sabe um dia eu consigo.






domingo, 26 de setembro de 2010

Regiões vinícolas da França - Bordeaux

Abrindo a série "Regiões vinícolas da França": Bordeaux.
fonte de imagem: nossovinho.com
As primeiras referências ao vinho produzido em Bordeaux remontam ao século IV, quando o poeta galo-romano Ausone, que empresta seu nome a um dos grandes vinhos de Saint-Émilion, escreveu poemas enaltecendo os vinhos da região - dentre os quais, o que ele mesmo produzia. Com o fortalecimento do comércio nos séculos XII e XIII, a região vê o plantio de uvas e a produção de vinhos crescerem, mas boa parte da reputação do vinho bordalês se estabeleceu durante o domínio inglês, a partir de 1152. Logo os vinhos da região conquistaram o mercado britânico e mesmo com a reconquista da região pela França, em 1453, o comércio de vinho com a Inglaterra continuou. A mudança no gosto dos consumidores ingleses, que queriam vinhos mais concentrados, e a ocupação dessas terras drenadas por vinhedos definiram a identidade atual do vinho tinto bordalês. 
Bordeaux é a região francesa que concentra a maior quantidade de grandes propriedades vinícolas, os Châteaux. O château refere-se não apenas ao "castelo", sede da propriedade, mas a todo seu complexo: vinhedos, cantina, adega etc. Muitas vinícolas adotaram o nome "château" mesmo não possuindo um castelo, devido à associação feita entre os vinhos de Bordeaux e os castelos. 
Em geral, os vinhos de Bordeaux, principalmente os de Médoc, são tânicos e viris, cheios de vigor e demoram muito mais tempo para perder o seu charme se comparados com os da Borgonha. Os Crus bordaleses são, sem dúvida, mais longevos. Os vinhos são feitos com uma mescla de uvas, chamado blend, o que possibilita uma maior margem de manobra para que o enólogo "acerte" o seu vinho, que guarda bem a marca de sua uva predominante, a adstringente Cabernet Sauvignon, ainda que mitigada pela redondez da Merlot e da Cabernet Franc, e as notas da Malbec e da Petit Verdot. 
Uvas 
A Cabernet Sauvignon, provavelmente a mais globalizada das uvas, dá vinhos tânicos e complexos e é a tinta predominante na margem esquerda, mais quente e, portanto, mais propícia a seu amadurecimento. No total, a Cabernet Sauvignon ocupa 25 mil hectares em toda a região. A Merlot, um pouco mais macia, mas também com boa estrutura, é a mais plantada de Bordeaux, cobrindo aproximadamente 40 mil hectares, e os vinhos mais reputados em que é a cepa principal do corte são os produzidos na margem direita, de clima mais continental e ameno. A Cabernet Franc é a mais importante coadjuvante nos tintos bordaleses (embora em alguns de Saint-Émilion, notadamente o Château Cheval Blanc, seja a uva principal), com cerca de 13,5 mil hectares plantados. Podem também aparecer no corte bordalês, em menor grau, as variedades Petit Verdot, Malbec e, muito raramente, a Carménère. 
A mesma coisa acontece com as brancas. Raramente um Bordeaux branco, doce ou seco, será feito com apenas uma cepa. Despontam como principais componentes do bom branco bordalês a Sémillon e a Sauvignon Blanc. A primeira, opulenta, doce, untuosa e muito suscetível à pourriture noble - a desidratação da uva pelo fungo Botrytis, aumentando imensamente a concentração de açúcar da uva -, é sempre a protagonista nos vinhos doces, notadamente os Sauternes e Barsac. Já a Sauvignon Blanc, mais ácida, delgada e herbácea, suaviza a doçura nos vinhos botrytizados e é o principal componente dos brancos secos de Graves, mais reputados, e de Entre-Deux-Mers. A Muscadelle entra no corte principalmente por seu aroma, bastante floral, e sua jovialidade, mas é cada vez menos plantada devido à sua fragilidade a doenças. Está mais presente na região de Entre-Deux-Mers. 
Classificação 
Quando foi estabelecida, a legislação para controle dos vinhos na França (Appellation d'Origine Contrôlée) previa uma série de níveis para a categorização. Quanto mais rigidamente um produtor seguisse as regras de manuseio da videira, da uva e do vinho para aquela região, mais específica seria a denominação que ele poderia usar no rótulo, conferindo, portanto, mais prestígio ao vinho. 
Em Bordeaux, Um vinho que recebe a Appellation Bordeaux Contrôlée (ou Bordeaux AC) pode ser produzido em qualquer parte da região, desde que use as uvas permitidas e tenha rendimento de, no máximo, 55 hl por hectare. Os espumantes também se enquadram na categoria genérica, com o nome Crémant de Bordeaux. 
A região de Bordeaux apresenta diversos tipos de solo. Assim, ao se restringir a área da qual podem ser colhidas uvas, a probabilidade de se obter um vinho com mais características do terroir aumenta. Por isso, as denominações regionais (appellation regional) seguem a lista de sub-regiões, agrupando áreas com características de solo, microclima, uvas e tipos de vinho produzidos mais similares. Algumas das denominações regionais encerram classificações ainda mais específicas, de acordo com a comuna ou distrito de origem das uvas usadas (appellation comunal). Alguns dos grandes châteaux de Bordeaux possuem uma reputação tão alta que acabaram nomeando toda uma comuna: o Château Margaux, por exemplo, é classificado como Appellation Margaux Contrôlée. 
A metade do século XIX, pela falta de parâmetros de controle, muitos se aproveitavam do prestígio de Bordeaux para vender vinhos feitos sem grandes cuidados, o que preocupou proprietários de châteaux tradicionais. Com isso, especialistas foram reunidos para, em 1855, divulgar uma classificação dos vinhos bordaleses. A seleção dos vinhos Crus Classés (variando de Premiers a Cinquièmes Crus Classés, isto é, de primeiros a quintos) foi feita apenas entre os produzidos nas regiões de Médoc e de Sauternes, com exceção do Premier Haut-Brion, de Graves. De 1855 até hoje, apenas um vinho, o Château Mouton-Rothschild, foi elevado de Deuxième para Premier Cru, em 1973, por decreto presidencial de Charles de Gaulle. 
Em oposição às regras rígidas da classificação de 1855, o sindicato de produtores do Médoc criou a classificação dos Crus Bourgeois (Crus burgueses, já que os Classés seriam "aristocráticos") em 1932 para tentar reverter os maus resultados das vendas. Sua atual estrutura foi consolidada entre 1966 e 1978. Os vinhos dentro dessa hierarquia podem ser classificados como Crus Bourgeois Exceptionnels, Grands Crus Bourgeois ou Crus Bourgeois, em ordem decrescente de importância. 
Saint-Émilion, na margem direita, criou sua própria classificação em 1955, por iniciativa do sindicato local. Mais simples, ela divide os vinhos em Premiers Grand Crus e Grand Crus. Na outra margem, vizinha ao Médoc, a região de Graves selecionou, em 1959, seus 17 châteaux merecedores de classificação Classés.
Áreas vinícolas de Bordeaux 
Médoc 
No dialeto local, Médoc significa "terra do meio" , por estar situada entre o oceano Atlântico e o estuário girondino, e é uma faixa de terra que se estende do norte da cidade de Bordeaux até quase a foz do rio, espremida pela floresta de Landes ao sul e pelas áreas pantanosas da costa. A região costuma ser dividida em Bas-Médoc (no rótulo, apenas Médoc) e Haut-Médoc, a área mais nobre, com diversas AOC comunais. No Bas-Médoc a camada de cascalho não é é espessa e o solo argiloso, mais pesado, não consegue drenar com eficiência a água, numa área que, pela proximidade do mar, já é mais úmida que o restante de Bordeaux. Muito plana e cortada por muitos canais resultantes da drenagem dos pântanos, a região concentra sua produção nas áreas com mais cascalho e de altitude menos baixa. Devido ao clima e ao solo, a Merlot aparece aqui com mais frequência que a Cabernet, por se adaptar melhor ao solo argiloso e amadurecer mais rapidamente. Não há nenhum Cru Classé, mas muitos Crus Bourgeois da região possuem boa relação custo-benefício. O Haut-Médoc é a região das grandes estrelas de Bordeaux. Além dos 60 Crus Classés e quatro dos cinco Premiers Crus Classés, nela há mais de 150 Crus Bourgeois de vários níveis, alguns dos quais comparáveis a Crus Classés de alta patente. Quanto mais a sudeste e, portanto, mais interior a região, menos úmido é o clima e é maior a concentração de "graves" (cascalhos) na composição do solo. A camada de cascalho, além de drenar bem o solo, conserva o calor do sol por mais tempo, aquecendo as raízes e incentivando-as a ir mais fundo em busca de água. 
Saint-Estèphe 
A primeira comuna de fora para dentro na região do Haut-Médoc ainda guarda alguma semelhança com o vizinho e menos reputado Bas-Médoc. O solo possui argila misturada aos cascalhos e o resultado disso são vinhos mais ácidos e robustos do que elegantes, que, nas safras mais secas, costumam resistir melhor do que os das demais áreas do Médoc. Os melhores vinhos se concentram na região ao sul, fronteiriça à Pauillac do Château Lafite. 
Pauillac
Uma das mais nobres áreas vinícolas da França, Pauillac concentra três dos cinco grandes de Médoc e Graves: Château Lafite e Mouton-Rothschild, mais ao norte, e Latour, na fronteira com Saint-Julien. Para muitos, a zona concentra os Médocs arquetípicos. Complexos, vigorosos e concentrados, expressão máxima da Cabernet Sauvignon, os vinhos de Pauillac atingem preços estratosféricos. 
Saint-Julien
Embora não possua nenhum Premier Cru, a minúscula comuna de Saint- -Julien concentra uma grande quantidade de vinhos Classés. Situa-se imediatamente ao sul de Pauillac, bem no coração do Haut-Médoc, e produz também vinhos de alta qualidade, mesclando as características de Pauillac (vigor) com as de Margaux (fineza e elegância). 
Listrac
Produz vinhos robustos, encorpados, de bom prestígio, vários deles na categoria Cru Bourgeois. 
Moulis
Pequena comuna de 12 km de comprimento por 350 m de largura com bons Crus Bourgeois. 
Margaux
Rivaliza com Pauillac como sendo a região de maior prestígio do Médoc. Em seus 1.300 ha de vinhedos, onde a uva Cabernet Sauvignon predomina, produz-se vinhos de grande elegância. O mais famoso é o Château Margaux. Elegância e delicadeza são as marcas registradas dos bons vinhos daqui. 
Graves e Pessac-Léognan
Já fora do Médoc e bem próximo da cidade de Bordeaux, encontramos essas duas regiões. Em Graves, vamos ter o único Premier Cru Classé que faz parte da classificação de 1855 que se situa fora do Médoc, o Haut-Brion. 
Sauternes
Nessa região se produz o mais conhecido vinho doce de sobremesa do mundo, o Sauternes, com uvas atacadas pelo fungo "Botrytis cinérea. O mais famoso é o Château d'Yquem. 
Saint-Émilion
Vinhedo em Saint-Emillion
foto: Paulo Motta, fonte: oglobo.globo.com
Situada à margem direita do rio Dordogne, a encantadora comuna medieval de Saint-Émilion não constou da classificação de 1855, embora produza vinhos excepcionais. Assim, já em meados do século XX, criaram a sua própria classificação, que é revista a cada 10 anos. São dois os Premier Grand Cru Classé A e 13 os Premier Grand Cru Classé B, além de 46 Grand Cru Classé e vários Cru Classés. 
Pomerol 
Próxima a Saint-Émilion, a comuna de Pomerol possui também sua própria classificação, podendo ser Premier Cru ou Grand Cru Classé. Seu vinho mais famoso é o Pétrus. 
Entre-Deux-Mers
O nome, cuja tradução é "Entre-Dois-Mares", evoca a situação geográfica da zona, situada entre os rios Dordogne e o Garonne. A maré atlântica faz com que as águas desses rios subam e o nome da região assim se explica. É a maior zona produtora de Bordeaux e também a maior da França, dentre as regiões AOC. Ali predominam os vinhos brancos secos à base de Sauvignon Blanc e Sémillon, os únicos autorizados a ostentar em seus rótulos a denominação AOC Entre-Deux-Mers. Vinhos bons, frescos e muito agradáveis, para serem bebidos jovens. 
Blay Et Bourg 
Aqui os melhores vinhos são os tintos. Situa-se bem à frente do estuário do Gironda, na margem esquerda. Devido a seu acesso mais fácil, é uma região produtora mais antiga do que o próprio Médoc. As uvas Merlot e Cabernet Franc predominam na mescla de seus tintos, que lembram, no estilo, aqueles de Fronsac e Saint-Émilion. 
Vinhos ícones
fonte da imagem:
revistaadega.uol.com.br
Pétrus - a glória desse pequeno produtor do Pomerol é recente e hoje é o vinho mais caro de Bordeaux e talvez do mundo. Como não existe um sistema de classificação no Pomerol, o Pétrus é reconhecido de forma não oficial como um Premier Cru. A composição atual é de 95% de uva Merlot e 5% de Cabernet Franc. Sua fase de reconhecimento internacional se iniciou após a II Guerra Mundial. Nessa época, o vinho caiu nas graças da corte inglesa, sendo servido no casamento de Elizabeth II, e no gosto do governo norte-americano de John Kennedy. É um vinho excepcional, uma combinação extraordinária de potência, riqueza, complexidade e elegância. Em nenhum outro lugar a uva Merlot se expressa tão plenamente quanto aqui. Seu padrão de qualidade vem se mantendo de forma constante nos últimos 30 anos, o que fez com que seu preço tivesse uma alta meteórica. 
Outros grandes nomes: Château Latour (Pauillac), Château Lafite-Rothschild (Pauillac), Château Margaux (Margaux), Château Mouton-Rothschild (Pauillac), Haut-Brion (Graves), Château Pichon-Longueville Comtesse de Lalande (Pauillac), Château Cheval Blanc (Saint- -Émilion), Château Ausone (Saint-Émilion), Clos d'Estournel (Saint-Estèphe), Château d'Yquem (Sauternes), Château Gazin (Pomerol), Le Pin (Pomerol), Château Léoville-Las Cases (Saint-Julien) etc. 

Texto compilado da revista Adega, n° 57, também disponível na versão digital

Provei e recomendo
O vinho que eu vou recomendar é um Grand Bordeaux, um Appellation Bordeaux Contrôlée, sem referência a uma região específica. Ganhamos de presente e foi uma grata surpresa. Château Bois Chantant (2006) é um vinho elegante e aromático. Com a predominância da merlot (74%), destacam-se os aromas de frutas negras, como amora, e especiarias. No fundo de taça, o tabaco aparece claramente. Os 18% de cabernet sauvignon e 8% de cabernet franc, conferem corpo e adstringência ao vinho, na medida. Harmonizamos com aquela massa da postagem "fast food" e combinou super bem. 
É um vinho produzido por Bernard Magrez, conhecido produtor e comerciante, que se especializou em adquirir vinhedos de bom potencial e realizar os investimentos necessários para a produção de vinhos de qualidade. Este vinho é importado pela Grand Cru e tem uma excelente relação entre custo e benefício (a melhor, entre os franceses que já tomei). 
E pra deixar registrada outra dica, tem também aquele Appellation Graves Contrôlée que postei aqui, vale a pena provar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Risoto de funghi com ervilha torta

Mais um risoto pra coleção... Funghi e ervilha torta - uma bela combinação!
Vou tentar ser sucinta, pois tenho só 10 minutos pra fazer esta postagem...
Etapas preliminares:
Hidratação do funghi - de molho em água por pelo menos 15 minutos, depois lavei e escorri. 
Ervilhas tortas  - lavadas e sem fio.
Preparo do risoto:
Já fiz a postagem do risoto base mal intencionada. Aquela receita é a base para qualquer risoto, então sempre que eu seguir aquela rotina de preparo, vou "linkar" a postagem para não me tornar repetitiva. Seguindo a rotina do risoto base, só mudei uma coisinha: substitui 1/2 taça de vinho branco por 100 ml de vermute seco - dá um gostinho diferente no risoto, não sei se melhor, mas gostei da variação.
Depois de pouco mais de 10 minutos de cozimento do risoto (a partir do momento que comecei a botar o caldo), acrescentei o funghi e a ervilha torta, ambos picados grosseiramente. 
Aí foi só esperar finalizar o cozimento, do mesmo jeitinho da postagem do risoto base... O tempo total varia de acordo com o fogão e a panela - para mim é cerca de 20 minutos. Quando  o arroz está cozido e consistência cremosa, desligo o fogo e finalizo com um "naco" de manteiga e parmesão ralado. Excelente!
Obs1: esqueci de falar na postagem do risoto base, mas é imprescindível que o arroz não seja lavado! A lavagem tira parte do amido que também é responsável pela consistência cremosa do risoto.
Obs2: Assim ficou bom, mas da próxima vez vou adicionar a ervilha torta quando o risoto estiver quase pronto... Ela cozinha rápido e eu, particularmente, gosto dela crocante.

O fim de semana está chegando! Vai ser o último antes do "evento" e da viagem... Muuuuita coisa pra organizar e resolver, cansa só de penar! Mas tenho certeza que quando eu estiver em frente a torre Eiffel, não vou nem lembrar do que é cansaço, rsrsrs. 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

As principais regiões vinícolas da França

fonte da imagem: www.academiadovinho.com.br
Quando começamos a tomar vinho com um pouco mais de critério, definimos que uva gostamos, qual combina mais com o prato e está feito - os vinhos chilenos, argentinos e brasileiros, atendem largamente nossas necessidades. Se tentamos comprar um francês na prateleira do supermercado, por um preço "em conta", quando abrimos a garrafa o rumo é certo: a pia (eu passei por isso algumas vezes...).
Até pouco tempo atrás os vinhos franceses passavam longe da nossa adega, pelo custo e especialmente pelo desconhecimento. A França é repleta de pequenas vinícolas, a composição dos vinhos é bem variada e o vinho é nominado pela região. Sempre batia a dúvida, o que comprar?
Se vocês se identificaram com os parágrafos acima, a série de postagens que inicia hoje vai ser útil para conhecer um pouquinho os vinhos franceses e quem sabe incluí-los na próxima compra. Em cada postagem será comentada um região vinícola da França e as características dos seus vinhos. Pretendo encerrar com a recomendação de um vinho da referida região, que tomei e aprovei - sempre é claro, considerando minha humilde experiência no assunto e o preço que aceito pagar por um vinho do Velho Mundo. 
Antes de começar a "série", uma breve introdução sobre o assunto vai ajudar a entender melhor as próximas postagens.
A legislação que rege os vinhos franceses
A viticultura francesa é um dos setores agrícolas mais controlados do mundo, toda menção no rótulo é regida por lei, e cada garrafa pertence a uma categoria distinta por ordem decrescente de prestígio:
AOC (Appellation d'Origine Contrôlée) - Cada região tem regras particulares para denominação de origem controlada. São os vinhos de melhor qualidade, provenientes de regiões delimitadas, dentro das quais existem sub-regiões também AOC, cada uma com sua classificação hierárquica para seus vinhos. Existem cerca de 450 AOC e delas provêm os melhores vinhos da França. Algumas utilizam a denominação Cru (vinhedo) para os seus melhores vinhos, como Grand Cru, Premier Cru, Deuxième Cru, etc. O sistema das AOC é controlado e regulamentado pelo rigoroso Institut National des Appellations d'Origine (INAO).
VDQS (Vins délimités de qualités superieure) - Com menos prestígio que as AOC, mas sob mesma regulamentação, constituem o segundo grau na hierarquia de qualidade e representam 1% dos vinhos franceses. Suas delimitações, menos precisas que as AOC, são em função de limites municipais.
Vinhos do país (vins de pays) - Representam cerca de 15% da produção francesa, é uma categoria especial entre os vinhos de mesa. Dividem-se em regional, departamental e local. Seu número vem aumentando, pois com uma legislação menos restritiva que a AOC, há mais liberdade para inovar.
Vinhos de mesa (vins de table) - aproximadamente 55% dos vinhedos franceses produzem vinho de mesa. São os vinhos de menor qualidade e não podem conter no rótulo o nome de nenhuma região, sub-região ou vinhedo específico, mas apenas a expressão Vin de France. São na maioria tinto e provêm das regiões do Languedoc-Roussilon, da Provence e de Córsega. 
O comércio do vinho francês
Nem todos viticultores da França produzem vinhos, alguns vendem suas uvas a negociantes e outros a uma cooperativa local. No caso dos produtores, nem sempre seu vinho leva seu nome, às vezes a produção é cedida a um negociante que faz o corte com outros vinhos e o engarrafa com um nome de marca. 
As regiões vinícolas
Alsácia
fonte da imagem: www.almadeviajante.com
Alsácia - Do alto das colinas arborizadas da Alsácia, pode-se ver o Reno e além dele a Floresta Negra alemã. Embora não seja raro comparar os vinhos da Alsácia com alguns vizinhos alemães, eles são na verdade mais próximos dos brancos da Áustria. A região tem muitas cepas em comum com a Alemanha: riesling, gewürztraminer, sylvaner. Também usa a pinot noir, pinot blanc e pinot gris, também conhecida pelo nome tokay da Alsácia. É o paraíso dos gastrônomos pelos inúmeros restaurantes famosos. A arquitetura pitoresca dos seus vilarejos testemunha seu rico passado. Poucas regiões conheceram tantas guerras e mudaram de nacionalidade quanto ela, devido à situação estratégica que ocupa na fronteira franco-alemã. Hoje, é francesa, mas não deixa de afirmar sua particularidade pelo apego ao dialeto, seu espírito regionalista e seus vinhos únicos.
Bordeaux - Bordeaux se localiza no departamento de Gironda, sudoeste da França, e sua produção vinícola se concentra às margens de dois rios principais, o Garonne e o Dordogne. A região costuma ser dividida em três partes: margem esquerda, margem direita e Entre-Deux-Mers, que se dividem ainda em várias sub-regiões - entre as mais famosas destacam-se Médoc, Graves, Pomerol e Saint-Émilion. Mais de 80% da produção vinícola é de vinhos tintos e é inevitável a associação do nome Bordeaux com vinhos estruturados e elegantes, marcados pela predominância da Cabernet Sauvignon e Merlot. Dentre os brancos, são produzidos vinhos excepcionais, graças à "podridão nobre" que ataca a Sémillon e a Sauvignon Blanc. 
Borgonha - O clima da Borgonha apresenta invernos rigorosos e primaveras com muita geada, mas devido a posição favorável dos seus vinhedos, em encostas, as uvas ficam protegidas das geadas e dos ventos. Elaborado com apenas com uma uva, a pinot noir, os vinhos tintos da Borgonha são claros e delicados. A pinot noir é conhecida como uma uva caprichosa e por isso pode produzir vinhos excelentes ou lamentáveis, de acordo com as condições climáticas e peculiaridades do terroir. Outras uvas também são produzidas na Borgonha e dão origem a vinhos vinculados a determinadas sub-regiões, como o Beaujolais, vinho jovem elaborado com a uva gamay, e o espumante Crémant de Borgogne, elaborado com a aligoté. A chardonnay destaca-se nos diferentes terroirs da Borgonha por sua adaptabilidade. O vinhos produzidos com ela na Borgonha são tidos como os melhores brancos do mundo.
Champagne
fonte da imagem: parisalacarte.wordpress.com
Champagne - A região de Champagne se localiza no norte da França e faz o espumante mais prestigiado do mundo. Champagne é AOC, portanto só os espumantes produzidos nesta região podem ter este nome. As inúmeras maisons somam cerca de 12 mil marcas, cujas principais sub-regiões produtoras são Épernay, Reims e Aÿ. A vinha é cultivada na região desde o século I e o vinho espumante surgiu de um processo natural e de um conjunto de circunstâncias, como a dupla fermentação, caracterizada por variações climáticas da região. No final do século XVII, com o surgimento da rolha, percebeu-se que o vinho se conservava mais tempo em garrafa que em barril e depois disso, Don Pérignon foi o responsável por desenvolver o método champenoise, que virou modelo de produção para os espumantes em todo o mundo. As três uvas permitidas para se produzir o Champagne são as tintas pinot noir, pinot meunier e a branca chardonay. A maioria dos Champagnes é concebida para consumo em dois ou três anos, mas existem os mais estruturados, que podem evoluir em garrafa por mais tempo. O Champagne rosado é de difícil elaboração na região, o que o torna especial e complexo. 
Vale do Rhône
fonte da imagem: papodevinho.blogspot.com
Rhône - O Vale do Rhône tem várias regiões diferenciadas. De norte a sul, os cerca de 200 km que separam Vienne de Avignon produzem desde os tintos aromáticos de Côte-Rôtie, com predomínio de shiraz, até os vigorosos tintos de Hermitage, o vinhedo mais famoso da região, além  dos jovens frutados à base de grenache da zona mediterrânea de Côtes du Rhône. O norte da região tem clima continental, com primaveras suaves e verões quentes. Para o sul, o clima se torna mediterrâneo. No conjunto da região são cultivadas cepas tintas e brancas, mas nem todas costumam dar bons vinhos nas mesmas localizações. O norte é caracterizados pelos tintos escuros e carnosos. Os tintos do sul procedem de várias cepas e têm aromas muito frutados, às vezes com toques de especiarias ou que lembram ervas secas. Os brancos do norte oferecem um contraste entre os vinhos robustos feitos de Marsanne e os delicadamente frutados de Viognier. O sul, árido, até agora tinha produzidos brancos sem destaque, mas a situação está mudando. 
Vale do Loire - O mais longo rio francês, o Loire, corre numa paisagem de colinas, campos verdes e vinhas, margeando châteaux e cidades tranquilas. O Vale do Loire, que é uma das regiões vinícolas mais extensas da França, produz uma gama de vinhos tão rica que é difícil encontrar neles características em comum. Vai de vinhos brancos secos aos licorosos, tintos leves ou intensos, passa pelos rosados secos ou doces e pelos crémants. A flutuação do clima é responsável por tanta variedade. Destacam-se três grandes regiões vinícolas: Sancerre e Pouilly, que produz vinhos brancos frutados e herbáceos, graças à cepa sauvignon blanc; as vastas extensões de Touraine e de Anjou, com toda uma família de vinhos brancos não espumantes e espumantes, e a maior produção de vinhos tintos do Loire; o baixo Loire é a última região que produz um vinho branco frutado, que evoca o mar. 




Existem ainda outras regiões vinícolas de menor expressão, que a princípio não valem uma postagem exclusiva, mas podem aparecer no final da "série", caso eu encontre um vinho que valha a pena comentar (e comprar). Não sei quando as postagens serão feitas, pois pretendo associá-las sempre a um vinho que tomei. Na viagem, pretendemos provar vinhos de todas as regiões vinícolas citadas nesta postagem, portanto é possível que o assunto engrene só na volta. Estamos programando conhecer as regiões de Borgonha e Champagne, então é certo que vou ter muuuuita enohistória pra contar...

Por hora, os Bordeaux estão presentes na nossa adega e nos últimos tempos tivemos boas experiências, portanto, esta será a primeira região vinícola comentada... Farei a postagem nos próximos dias, sem pressa, pois o tempo anda curto e eu tenho uma séria dificuldade em ser sucinta, rsrsrs.
Fontes consultadas:
Revista Adega, n° 57;
Larousse do Vinho, 2° edição, 2007;
http://www.academiadovinho.com.br

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Fast food é comigo mesmo

Sou super adepta a fast food! Não se preocupem, não estou falando de hamburguer e batata frita de praça de alimentação de shooping (eca!), me refiro à tradução literal da expressão - comida rápida. Amo cozinhar, mas não curto ficar horas na cozinha. Prefiro pratos descomplicados, cujo preparo não demande mais de 1 hora.
Essa massinha aí da foto ficou show e só precisei de 20 minutos para prepará-la. 
Anotem os ingredientes para duas pessoas:
250 gramas de massa (usei grano duro tipo caserecce)
70 gramas de bacon (usei aquele da Sadia que já vem picado)
2 dentes de alho
1 lata de tomate pelado
manjericão fresco
ervilhas congeladas
1/3 de cubo de caldo de carne
lascas de queijo parmesão
azeite de oliva e pimenta do reino.
Enquanto a água da massa esquentava... Na panela wok: fritei o bacon, juntei o alho bem picadinho e em seguida adicionei o tomate pelado (toda lata, inclusive o suco). Com a ajuda de uma colher desmanchei os tomates, juntei o caldo de carne e deixei cozinhando até engrossar. Quando a massa estava quase pronta, juntei ao molho um punhado de ervilhas congeladas e folhas de manjericão. Escorri a massa, misturei com o molho e servi em seguida, com lascas de parmesão. Para finalizar, a tradicional dupla azeite de oliva e pimenta do reino moída na hora.
Precisa mais?

sábado, 11 de setembro de 2010

Risoto base e Tempranillo espanhol

Sou fã de risotos! É um prato fácil de fazer, rápido e versátil, pois permite várias combinações de ingredientes e sabores. Sabendo fazer a base, não tem erro. Esses dias li no livro a "Itália de Jamie" uma frase ótima: "... é um prato tão simples, precisando de apenas 20 minutos para ser feito, que pode ser considerado um fast food." Bem coisa do Jamie, rsrsrs...
A receita de risoto base é padrão, dá pra variar o tipo de caldo, os tempeiros, a bebida, mas o método de preparo é sempre o mesmo. Eu faço assim (para duas pessoas):
250 gramas de arroz para risoto (uso o arbório ou o carnaroli)
1/2 cebola
50 gramas de manteiga
caldo de legumes (o bom é caldo fresco, mas eu não tenho paciência de fazer - dissolvo 1 cubo de caldo em 1 litro de água quente)
1/2 taça de vinho branco seco (o Jamie sugere usar vermute seco, ainda não testei)
parmesão ralado (normalmente eu uso ralado na hora, se não tenho, uso pouco menos de 1 pacotinho de 50 gramas).
Preparo - refogo a cebola na metade da manteiga, aumento o fogo e junto o arroz; refogo mexendo sem parar por 1 ou 2 minutos, coloco o vinho e deixo evaporar um pouco; depois que o arroz absorveu parte do líquido, abaixo o fogo e começo a colocar o caldo quente, aos poucos; a medida que vai evaporando coloco mais, sempre de olho na panela, mexendo de vez em quando, até ficar no ponto... O ponto é quando o arroz está al dente, cremoso e não absorve mais líquido. No olho não é fácil saber, eu vou provando. Para finalizar, o resto da manteiga e o parmesão ralado. Misturo bem e servir em seguida.
Esta é a receita base que pode ser transformada em qualquer outro risoto. Dependendo do ingrediente, ele pode ser adicionado no começo, meio ou fim do cozimento do risoto... Para testar vai do gosto e da sensibilidade do cozinheiro. Para quem quiser sugestões, na barra lateral do blog tem um marcador exclusivo para risotos.

Fazia horas que eu queria fazer um risoto - tinha planejado para este final de semana um de aspargo com brie, mas tinha que ir no mercado comprar os ingredientes... Acordamos tarde hoje, tomamos um café da manhã de "novela", chovia lá fora, deu uma preguiça de ir pra rua, rsrsrs... 
O almoço saiu no meio da tarde e foi improvisado com o que eu tinha em casa... Pra matar minha vontade, fiz essa receitinha de risoto base, sem agregar nenhum outro ingrediente. Não tinha cebola, mas usei alho e no final, acrescentei umas folinhas de alecrim para dar um perfume a mais... Delicioso. 
Servi junto com tomates assados com gorgonzola e manjericão, cuja receita já postei aqui. Desta vez não tinha o tomate cereja, então fiz com o italiano, fica bom também. Um bom azeite de oliva no prato e uma pimenta do reino moída na hora são imprescindíveis.
O almoço foi simples mas pediu "companhia". Abrimos uma garrafa de um vinho espanhol muito agradável - Finca Pardina 2006 produzido pela vinícola Vitória. Corte de Tempranillo (70%), Cabernet Sauvignon (20%) e Syrah (10%). Vinho leve, de baixa acidez e adstringência muito sutil. Senti no aroma especiarias e framboesa, tabaco no fundo de taça. Persistente e agradável na boca, harmonizou bem com a comida. Não tenho muita experiência com vinhos da uva Tempranillo, mas arrisco dizer que tem potencial para se tornar uma das minhas preferidas, no contexto de vinhos menos encorpados. Compramos há um tempo atrás na Vinhos do Mundo em promoção, por R$ 33,00 - ótima compra.


terça-feira, 7 de setembro de 2010

Polpetone assado com berinjela

Há um tempão atrás vi a receita de uma big almôndega recheada no blog Dona Amélia e fiquei com vontade. Esses dias comprei carne moída para fazer, mas na hora de buscar a receita no blog da amiga não encontrei (será que errei de blog?). 
Como não estava com paciência de procurar, resolvi improvisar. Usei:
350 gramas de carne moída de primeira
70 gramas de bacon picado em cubos
2 fatias de pão preto
leite
1 ovo
manjericão fresco
1 dente de alho bem picadinho
molho shoyo
queijo mussarela
sal
pimenta do reino moída na hora
1 embalagem de molho de tomate pronto
1 berinjela
Para a massa dos polpetones: Piquei o pão em cubos e deixei de molho em um pouco de leite; misturei a carne moída, o bacon, o ovo, o alho, um pouco de molho shoyo, sal e manjericão a gosto; escorri o pão e juntei na massa, até ficar bem homogênea (o leite foi descartado); dividi em 4 partes e moldei os polpetones recheados com cubos de mussarela.
Acondicionei os polpetones em um refratário médio e preenchi os espaços da forma com cubos de berinjela, temperados apenas com pimenta do reino. Cobri tudo com molho de tomate e levei ao forno médio. 20 minutos com papel alumínio, depois mais 20 sem o papel. 
Para mim foi um refeição completa, pois a berinjela já serviu de acompanhamento. Para quem não abre mão, um arrozinho complementa sob medida o prato. 
Em minha opinião, a "estrela" da receita foi o bacon na massa do polpetone - ficou show!

domingo, 5 de setembro de 2010

Por aí... Mas já volto

Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves -
fomos até lá ontem para resolver alguns
detalhes do "evento". Saímos
de Porto Alegre com uma chuva daquelas,
 mas felizmente chegando lá o sol apareceu
 e deixou o vale mais colorido.
Desde o começo do ano eu estava conseguindo conciliar os altos e baixos da rotina com o blog. Independente da quantidade de trabalho ou outros compromissos, não abandonei as postagens e as visitas... Até mesmo no comecinho, com poucos seguidores e raros comentários, me mantive firme. 
Agora que a coisa estava começando a ficar animada por aqui, que recebo várias visitas e fiz amigos virtuais, não estou conseguindo encaixar tempo para o blog na minha agenda! Isto me deixa bem chateada, pois adoro este espaço, que para mim é muito mais que um passatempo.
O legal é que no momento a falta de tempo tem bons motivos: O primeiro é muito trabalho - isso para mim não é problema porque gosto do que faço, só fica chato quando extrapola os horários convencionais ou quando as coisas não fluem como o previsto... Mas de vez em quando faz parte. Não sou de perder o sono por causa de assuntos de trabalho, mas ultimamente tenho sonhado quase todas as noites... Isso acaba com o meu humor!
O segundo motivo é a viagem - tanta coisa para resolver e tão pouco tempo para dedicar ao assunto. Já estou vendo que vamos sem muita programação prévia, mas tudo bem - nossos programas lá se definirão de acordo com a disposição, o clima... Não quero dar uma de turista maluca e fazer uma maratona fotográfica. Quero curtir cada momento calmamente... Tenho certeza que vai ser uma viagem maravilhosa, mas por enquanto a ansiedade está me tirando o sono.
O terceiro é novidade por aqui, ainda não tinha comentado. Esta não é uma simples viagem de férias, na verdade será nossa lua de mel. Já moramos juntos há quase 5 anos e nos consideramos casados, mas legalmente ainda não somos. Eu definitivamente não tenho vocação para noiva, nunca planejamos fazer uma festa, mas recentemente resolvemos oficializar a relação. Para não passar em branco, faremos uma pequena confraternização, com os pais, irmãos e amigos mais próximos. Não será nada de mais, só um jantar para marcar o evento. Queríamos uma coisa simples, mas que refletisse nossa personalidade, então nada mais apropriado que um lugar que tivesse a ver com vinho e gastronomia, não é? Será na adega de uma vinícola em Bento Gonçalves e eu obviamente não estarei vestida de noiva, mas com um vestido vermelho, ou melhor, vinho, rsrsrs. Está praticamente tudo acertado, mas subestimei os detalhes e deixei muita coisa pra última hora... Que trabalho que dá: fotógrafo, roupa, cardápio... E olha que é só um jantar para poucos! Definitivamente eu não teria paciência para organizar um casamento... Tenho meia dúzia de assuntos para me preocupar, mas estão me tirando o sono... Imagina se fosse algo maior.
Vocês devem ter notado que o assunto "sono" está virando idéia fixa para mim... Não estou conseguindo relaxar, fecho os olhos, mas a cabeça segue a mil... Ansiedade faz parte, falta pouco e tenho certeza que vai dar tudo certo! 
Daqui a pouco mais de 1 mês e meio vou ter minha rotina de volta, com muita história pra contar e fotos lindas para mostrar... Enquanto isso, estarei um pouco ausente por aqui... Mas logo volto, ok?