A estrela desta postagem é o molho de mostarda, pois a carne depende do gosto. Consumimos pouca carne aqui em casa. Houve uma época que até tentei me tornar vegetariana, mas desisti... Como passo muito bem sem carne, procuro só comer quando for uma coisa de primeira linha, que atenda as exigências do meu paladar e que realmente me satisfaça. Via de regra, quando se trata de carne bovina, duas coisas me satisfazem com plenitude: uma picanha bem mal passada - daquelas de foto de catálogo de churrascaria - ou um medalhão de filé mignon alto, cujo ponto de cocção ideal é "ao sangue".
Não temos churrasqueira em casa para a picanha, mas temos o grill que é ideal para os filés, então quando bate a "fissura" por carne, resolvo a questão facilmente.
Nunca tinha feito molho de mostarda e quando vi a postagem da Débora, do Cheirinho de Tempero, me inspirei porque é muito fácil. Claro que logo que liguei o fogão já tive várias idéias para modificar a receita original e a coisa ficou bem mais elaborada, rsrsrs...
Para duas pessoas, usei:
100 gramas de creme de leite;
1 colher de sopa de mostarda Dijon;
50 ml de vinho branco seco;
1 dente de alho;
1 fio de azeite de oliva;
Sal, curry e alecrim para temperar.
Refoguei de leve o alho bem picadinho no azeite, juntei a mostarda, o creme de leite, o vinho e um pouquinho de curry. Mexi sem parar até ferver. Desliguei o fogo, ajustei o sal e acrescentei umas folinhas de alecrim. Deixei na panela tampada uns minutos antes de servir, para que o alecrim liberasse aroma e sabor.
Excelente! 100% aprovado por mim e pelo Rodrigo. Para quem curte um filé com molho, outra sugestão rápida e fácil é o molho de gorgonzola, que fazemos muito aqui em casa. O modo de preparo é idêntico ao da pasta que eu sugeri na postagem do petisco de Rap 10, a diferença é que o molho deve ser servido quente - para a versão "pasta" é preciso esperar esfriar, pois a consistência tem relação direta com a temperatura.
Para acompanhar este belo filé com molho de mostarda, escolhemos um Tempranillo Espanhol - Artero 2008. Confesso que não sou muito habilitada para falar de vinhos do Velho Mundo. Meu paladar ainda é muito condicionado aos vinhos chilenos e argentinos que são de mais fácil acesso e, para maioria dos brasileiros, representam o início do longo caminho a percorrer, na busca de desenvolver o paladar enológico. Tempranillo é a casta símbolo da Espanha e nos últimos nos anos tem chamado atenção, devido ao seu potencial de adaptação em outros lugares que hoje a produzem (inclusive o Brasil). Segundo a Larousse do Vinho, seu nome se deve a maturação precoce (temprano significa cedo). Este vinho nos foi indicado em uma loja especializada, como sendo um bom exemplar da uva por um preço acessível (R$ 30,00). Não é um grande vinho, mas atendeu às expectativas - a principal era conhecer um Tempranillo produzido na Espanha. É leve, equilibrado e agradável ao paladar. No início apresentou um sensação de gás carbônico (sensação agulhada na língua que sentimos em alguns espumantes), no caso de vinhos tintos não sei muito bem porque acontece, não chega a ser um defeito, mas não é muito agradável, em minha opinião. Felizmente esta sensação não persistiu ao longo da garrafa, na segunda taça já não senti mais. Além disso, constatei que o vinho evoluiu bastante com a comida, o que sinalizou que a harmonização foi bem sucedida.